O documentário “A Vida em Mim” acompanha a comovente história de crianças que fugiram com suas famílias de seus países de origem por estarem sofrendo situações traumáticas de extrema violência e se refugiaram na Suécia.
Quando essas famílias precisam lidar com o estresse desencadeado pela possibilidade de deportação, algumas crianças desenvolvem o que foi denominado de Síndrome da Resignação. Frente às incertezas e inseguranças, que excedem a capacidade de vivenciá-las e contê-las emocionalmente, essas crianças aos poucos vão se retirando da vida, se isolando do mundo, até caírem em um sono profundo, como em um estado de coma, por longos períodos... meses... anos...
As primeiras crianças que apresentaram os sintomas (no início dos anos 2000) foram acusadas de estarem fingindo e/ou seus pais acusados de estarem envenenando-as.
Até hoje, sabe-se muito pouco sobre a misteriosa síndrome; e o que pode ser feito pelos profissionais de saúde que acompanham essas crianças é mantê-las vivas, até que possam acordar.
E parece que ao sentir que há esperança, elas podem despertar! Muitas crianças após os pais receberem o direito de permanecer no país, retornam para a vida!
Ao assistir, além de me sentir intrigada, fiquei muito tocada pela condição dessas crianças e pela força com que as vivências emocionais podem nos afetar. Deixo aqui meu convite para uma história de reencontro com a vida!
Ana Lucia Ferreira de Albuquerque (CRP 06/58835) é psicóloga clínica com especialização em Psicoterapia Psicanalítica pela Universidade de Uberaba (Uniube)/Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP) em parceria. Membro titular e supervisora do Instituto de Estudos Psicanalíticos (IEP-RP). Psicóloga responsável pelo Espaço Psi.
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