Esse filme que permaneceu no top 1 da Netflix por vários dias, e hoje continua entre os 10 mais vistos no momento, me surpreendeu. Assumo que comecei a assistir despretensiosamente e fui impactada por cenas fortes, que me fizeram fechar os olhos principalmente nos momentos em que o chef de cozinha Paul utilizava dos animais como iguarias. Uma espécie de nojo e mal-estar permaneceu durante todo o filme não apenas devido ao uso dos animais como objetos, mas decorrente da desumanização do outro. Ainda mais um outro que a desigualdade social dificulta que seja chamado de igual.
O filme consegue representar o quanto a busca por se sentir especial é muito mais uma jornada interna, de destruição e reparação do estranho familiar do que os segundos de atenção e consequente aprisionamento que a ilusão de sucesso pode gerar.
Para os que ficaram curiosos, indico que assistam, mas preparem o estômago!
Roberta Rodrigues de Almeida é psicóloga e supervisora clínica de orientação psicanalítica, atende crianças, adolescentes e adultos, é membro da diretoria do IEP-RP e podcaster do Desculpa o Áudio Longo.
Contato: @psico.robertarodrigues @desculpaoaudiolongo
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